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Perfil do Profissional de Assuntos Regulatórios Por: Tatiana Raposo Pires, em 10 de outubro de 2019* A pesquisa mostra o perfil do profissional que atua na área de área: em crescente ascensão, assuntos regulatórios tem se tornado cada vez mais um caminho para profissionais que gostam de desafios. Em linhas gerais, o profissional que atua na área de assuntos regulatórios prepara, analisa e renova a documentação da empresa para registro ou notificação de produtos na ANVISA e em outros órgãos

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Perfil do Profissional de Assuntos Regulatórios (2018)

Por: Tatiana Raposo Pires, em 10 de outubro de 2019*

 

A pesquisa mostra o perfil do profissional que atua na área de área: em crescente ascensão, assuntos regulatórios tem se tornado cada vez mais um caminho para profissionais que gostam de desafios.

 

Em linhas gerais, o profissional que atua na área de assuntos regulatórios prepara, analisa e renova a documentação da empresa para registro ou notificação de produtos na ANVISA e em outros órgãos reguladores, elaborando dossiês referentes ao registro, alterações e pós-registro para cumprir as exigências. Devido a constante renovação da nossa legislação, um dos grandes desafios do profissional é manter-se atualizado sobre tudo que está vigente e ainda ser capaz de filtrar o que realmente pode ter impacto para a empresa na qual trabalha.

 

No entanto, cada vez mais a função do Executivo de Assuntos Regulatórios vem sendo demandada no que tange à análise de impacto normativo/regulatório, avaliação de riscos e cenários, bem como o monitoramento das principais discussões governamentais sobre o setor que representa, definindo a estratégia de ação e a melhor maneira de se comunicar com os órgãos reguladores. Assim, cada vez mais, o profissional assume uma posição estratégica na tomada de decisão, sempre com base em avaliação de risco.


Mas afinal, qual o perfil dos profissionais que atuam na área de assuntos regulatórios?

Metodologia da Pesquisa

A pesquisa publicada pelo RelGov, em parceria com a ABRIG, realizada em 2015, serviu como referencia na elaboração do questionário (http://www.relgovemfoco.com.br/o-perfil-do-profissional-de-relacoes-governamentais/) desenvolvido na pesquisa sobre o perfil de profissionais da área de assuntos regulatórios.

 

O objetivo do trabalho foi buscar informações a respeito da formação, experiência, remuneração e atuação dos profissionais, na forma de múltipla escolha. As opções de resposta davam oportunidade, ainda, para que o entrevistado pudesse incluir outras informações. O questionário “Survey Monkey” foi disponibilizado em plataforma de acesso público em internet e os entrevistados puderam acessar o material através do link divulgado em meu perfil aberto no LinkedIn. Não foi requerida qualquer identificação dos respondentes. Assim, as 7 perguntas foram respondidas online, de forma confidencial e voluntária. A amostragem contou com a participação de 171 profissionais, iniciada em 17/02/2018 e finalizada em 28/02/2018.


Perfil: tipo de instituição que trabalha

 

A grande maioria dos profissionais que responderam a pesquisa trabalha em empresas privadas (83%). A atuação se estende também em escritórios que prestam consultoria na área (8,8%), além de profissionais que atuam de forma autônoma (3%). As atuações se estendem ainda, em menor escala, a profissionais que atuam em órgãos públicos, associações ou sindicatos, hospitais filantrópicos e, ainda, uma pequena parcela de profissionais em transição de carreira ou que não estão trabalhando no momento.

Formação: Graduação

 

A atividade demanda profissionais altamente especializados: em função da necessidade de estarem sempre atualizados em relação a novos regulamentos, tendências e olhar atento à inovação, a atividade requer profissionais atentos e curiosos. No entanto a pesquisa revela não somente o perfil de formação do profissional que atua na área como também o nível de qualificação, que buscar conhecimento em diversas áreas, tanto para complementar a formação quanto se especializando em áreas de demandas específicas.

 

As principais áreas de formação dos profissionais de Assuntos Regulatórios são em Farmácia (56%), Engenharia de Alimentos (8%) e Veterinária (8%). Em “outros” tivemos alguns destaques importantes como os profissionais com formação em Química ou Química Industrial (7%) e, assim como Nutricionistas (4,2%). Outras áreas de formação também foram citadas tais como Direito e Engenharia Química (ambas com 3% cada), além de Relações Internacionais, Administração e outras Engenharias.

 

Quando comparamos ao perfil do profissional de Relações Governamentais, os profissionais formados são majoritariamente nas áreas humanas, com destaque ao curso de Direito (31%) e Ciências Políticas (16%), além de Administração (15%) e Relações Internacionais (12%). O profissional de Assuntos Regulatórios apresenta um perfil mais técnico. Vale chamar a atenção dos potenciais empregadores na formação de suas equipes levando em consideração a riqueza da construção de um time multidisciplinar, uma vez que em muitos casos as áreas de atuação (Relações Governamentais e Assuntos Regulatórios) fazem parte de um mesmo departamento ou são áreas complementares.

 

Formação: pós-graduação

 

Os profissionais de Assuntos Regulatórios, assim como de Relações Governamentais, estão cada vez mais ganhando espaço no mundo corporativo, participando de decisões estratégicas nas empresas, bem como participando de forma ativa de definições que englobam mudanças importantes nos marcos regulatórios de diversos setores. Isso permite maior previsibilidade, planejamento e transparência para a atividade empresarial.

O alto grau de especialização do profissional de Assuntos Regulatórios reforça a tese de um profissional que não pode e nem deve parar de aprender: somente ¼ dos entrevistados não possuem nenhum tipo de pós-graduação. Os principais destaques são em Administração/MBA, com 18%, que reforça a tese do profissional ter interesse em complementar a formação técnica, ampliando conhecimento e a capacidade em assumir posições gerenciais. Por outro lado, outros 18% tem pós-graduação em Farmácia, ou seja, que se especializam mais na área técnica. Isso mostra a riqueza do profissional, que encontra oportunidades em todos os âmbitos de aplicação. Em “outros”, os principais destaques foram a pós-graduação na área de Assuntos Regulatórios (6,4%) e Qualidade/Gestão da Qualidade (4,7%). Outras áreas citadas foram de Ciência e/ou Tecnologia de Alimentos (5,3%) e Direito (2,9%).


 

Em relação aos cursos de pós-graduação na área de Assuntos Regulatórios, existem diversos cursos disponíveis no mercado para os profissionais que buscam especialização com foco na indústria de medicamentos e cosméticos. Na área de Alimentos O instituto Mauá de Tecnologia foi pioneiro na elaboração de um curso específico (http://maua.br/pos-graduacao/especializacao-mba/engenharia-alimentos-desenvolvimento-produtos), que pode contribuir para a mudança dos perfis de especialização dos profissionais ao longo dos anos.

 

Vale ressaltar, ainda, que os profissionais da área de Assuntos Regulatórios atuam em diversos seguimentos da indústria, principalmente aos negócios mais sensíveis à regulação e ao controle estatal. No entanto, os setores específicos de atuação não foram considerados nesta pesquisa.

 

Qual o seu cargo?

 

As estruturas das equipes de Assuntos Regulatórios são altamente variadas e dependem da necessidade e capacidade de cada empresa e seus recursos. Também é comum a empresa trabalhar com o apoio de uma consultoria externa na área de Assuntos Regulatórios, independentemente do porte da equipe interna. Isso amplia ainda mais o leque de atuação do profissional que atua na área.

 

As nomenclaturas em relação às posições e cargos podem variar de uma empresa a outra. No entanto, em geral, a porta de entrada do profissional de Assuntos Regulatórios é de Analista (ou mesmo como estagiário, quando ainda está em período de formação). Todas as posições na área exigem seriedade e muito comprometimento.

 

Os analistas foram 46% dos respondentes da pesquisa, seguidos dos gerentes (17,5%) e coordenadores (13,4%). Outras posições ocupadas por profissionais que participaram da pesquisa foram Diretores (5,8%), Supervisores (4,7%), além de posições citadas de forma minoritária tais como especialista, vice-presidente, proprietários, responsável técnico (RT), consultores, autônomos e estagiários.

 

Remuneração: salário mensal bruto (excluindo bônus e outros benefícios)

 

Área de assuntos regulatórios pode ser bastante atrativa do ponto de vista de remuneração. Foi considerado o valor do salário bruto mensal, excluindo potenciais bônus e outros benefícios. A maioria dos respondentes recebe salários entre R$ 2,5 mil e R$ 5 mil (27,5%), entre R$ 5 mil e R$ 8 mil (26,3%) e entre R$ 8 mil e R$ 12 mil (19,8%).

 

O tempo de atuação na área é bem variado. A maioria dos respondentes atua entre 10-15 anos (19,8%). Também vale ressaltar o tempo de atuação de até 1 ano (5,2%), entre 1-3 anos (17%) e 3-5 anos (17,5%), totalizando quase 40%, representam grande parte dos profissionais que ocupam a posição de analista.

 

Os analistas que participaram da pesquisa ganham entre R$ 2,5 e R$ 8 mil reais (84%), enquanto os coordenadores entre R$ 5mil e R$ 12mil (74%). No caso dos Supervisores, a metade dos respondentes recebem um salário entre R$ 8mil e R$ 12 mil reais, e os salários podem chegar até R$ 15mil reais. No caso do nível gerencial, 27% dos respondentes recebem um salário similar ao de Supervisores (entre R$ 8mil e R$12mil), enquanto 20% dos entrevistados recebem um salário superior a R$ 20mil.

 

Relação do cargo na empresa x pós-graduação: quanto mais estudo, maior a ascensão profissional.

 

 

 

Para os profissionais da área de Assuntos Regulatórios, o investimento na formação parece estar relacionado diretamente à ascensão na carreira. Cruzando os dados da pesquisa em relação ao cargo e profissionais com ou sem pós-graduação, observa-se que posições iniciais como de assistentes (5% para os que não têm pós-graduação), passam a não existir quando o profissional tem pós-graduação, assim como as posições de analistas (também inicio de carreira) migram para posições como coordenadores, supervisores, gerentes ou diretores, que aparecem em maior proporção para o profissional pós-graduado. 

 

 

 

Vale ainda mencionar que posições como vice-presidente não apareceram na pesquisa para profissionais que não possuem pós-graduação. Também importante mencionar que as posições iniciais de carreira são ocupadas muitas vezes por profissionais recém formados, ou seja, que ainda não tiveram tempo de especializar-se.

 

 

 

E quanto mais estudo, mais alto é o salário!

 

O gráfico da esquerda abaixo representa a faixa de remuneração salarial de profissionais que não possuem pós-graduação e, o da à direita, de profissionais com pós-graduação. Nessa pesquisa, as faixas de remuneração acima de R$30mil aparecem somente para profissionais pós-graduados. Ainda, observa-se aumento na porcentagem de profissionais com maiores salários que possuem pós-graduação.Um maior nível de conhecimento/capacitação dos profissionais não é somente uma necessidade do ponto de vista de diferencial no mercado (considerando que investir na formação é uma prática comum entre ¾ dos profissionais entrevistados), mas também favorece o profissional na ascensão na carreira, com oportunidades de salários mais atrativos.

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